Aleatórias

Aleatórias nr. trocentoseblablabla, depois de mais trocentoseblablabla acontecimentos.

Aleatória #1: Depois desse fim de semana, também posso me juntar ao coro que diz que “Somos tão jovens” está um pouco aquém das expectativas. Há mesmo quem diga que o filme é uma completa merda, mas não acho que dê pra resumir a coisa por esses termos, não é bem por aí. Mas não achei que eu fosse concordar com uma amiga que resumiu o filme como “o maior coito interrompido que você vai ter na vida”. Coisa de fã, talvez. A ideia era passar uma impressão sobre o que era ser Renato Russo com seus vinte e bem poucos anos – e isso Antônio Carlos da Fontoura conseguiu. O que faz do filme algo bem-bolado, mas talvez não tão bem conseguido: passa rápido demais por alguns temas (tudo bem que o filme era pra falar do Legião, mas custava entrar um pouquinho mais no Plebe Rude? Qual era mesmo a doença que deixou o Renato Russo com 3 pinos numa das pernas? e a irmã do Renato Russo, eles não tinham quase relação nenhuma mesmo? O que é que ele tanto lia quando tava de cama – e como isso influenciou a composição dele?), inclusive na parte sexo, drogas e rock’n roll. Dos três, Fontoura prefere ficar com o último elemento, possivelmente pra não bagunçar a cabeça da audiência adolescente – e não escandalizar os pais, claro. Também acho que o filme passa rápido demais pela própria Turma da Colina – mas pelo menos deu pra ter uma ideia do quanto o rock de Brasília foi fértil e queria ser subversivo, uma arte jovem que não aguentava a gerontocracia de uma ditadura capenga. Mas bem viva. Achei meio forçada a construção de muitos diálogos (não precisava colocar frases de músicas no meio deles, precisava?), mas sim, acho que Thiago Mendonça mandou muito bem no papel principal. E ah, é um filme com o qual é gostoso cantar junto. Mas certeza que se eu tivesse 14 anos curtiria muito (muito!) mais.

Aleatória #2: Pausa. Esse fim de semana descobri que oito também é um número quadrado. Se pá, até mais que nove. Não é o original, mas tá impagável!

 

Aleatória #3: Mas, mais que demais foi ver minha sobrinha de novo, dar aquele abraço nas muitas mães que estão em BH agora mesmo e ver que as coisas caminham a passos largos. Sou uma tia babona mesmo, admito, e cada vez mais família. Dessas que não curte passar vontade nem saudade – com que tenho cada vez mais dificuldade pra lidar cada vez que escuto um “tia Meeeeghiiieee!” do meu bichinho favorito. Quem diria, hein.

Aleatória #4: Outro “demais!” aleatório é ter como próxima pauta a relação da caatinga e a arte. Me lembra que vai ser preciso mais que lembrar dos olhares da Baleia que Graciliano Ramos faz sair das páginas de “Vidas Secas” – e que eu ainda não li o clássico (ou básico?) “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. Ou que vou ter que prestar mais atenção aos acordes de Luiz Gonzaga. Literatura de cordel, rabeca, repente. Ariano Suassuna com a sua “Pedra do Reino” e o nada menos que genial (e quase óbvio) “Auto da Compadecida”. Vai ser boa, a coisa.

Fechando a chuva de aleatoriedades, o lembrete menos aleatório de todos. Ontem a Lei Áurea completou 125 anos. Só pra lembrar que no Brasil o trabalho escravo continua muito bem, obrigado. Temos mais essa manga pra chupar. Será que ela vai continuar dura e crua daqui a 25, 50 anos, daqui a mais um século?

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